segunda-feira, 14 de maio de 2012

Palamedes: o defensor da preguiça




Palamedes era um principe da Ilha de Eubéia, filho de Climene e do Rei Náuplio. Discípulo de Kiron - o centauro sábio - Palamedes participou dos preparativos da Guerra de Troya desmascarando Ulisses que se fingia de louco para não participar da guerra junto aos gregos. Ulisses foi obrigado a partir com a expedição mas nunca perdoou a intervenção de Palamedes e jurou vingar-se dele.

Durante a guerra Palamedes tentava atrair a simpatia dos soldados para si dando-lhes passatempos para se distrairem nas pausas de guerra. Ele acusou Ulisses de exigir demais dos soldados e não dar-lhes alimento suficiente. 

Para vingar-se, Ulisses o acusou de traidor do exército grego e para reforçar sua denúncia, escondeu uma porção de ouro na tenda de Palamedes. Quando o ouro foi descoberto, Palamedes foi condenado à morte e apedrejado injustamente. 

Quando o Rei Nauplio soube da injustiça que haviam feito a seu filho, para vingar-se do ultraje utilizou os faróis criados por Palamedes para levar os navios gregos contra as rochas, onde foram destruídos e muitos homens pereceram. Aqueles que sobreviveram ao naufrágio e nadaram até a praia foram mortos por Nauplio.

Palamedes foi considerado um dos heróis gregos mais talentosos. Ele foi o criador de 11 letras do alfabeto grego além de inúmeras invenções. Foi o inventor da balança, dos pesos, das medidas, do disco e da guarda com sentinelas. Conta-se que ele também criou o uso da moeda, dos jogos de xadrez e dos jogos de dados, além dos sinais de fogo para transmitir mensagens. Para Palamedes, a preguiça, o ócio e a recreação revigorava as energias para a batalha. 



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O mito de Palamedes nos remete à importância da criatividade e do raciocínio. Palamedes valorizava as obrigações mas incluía os passatempos para distrair os seus comandados. Isso mostra a sua visão de futuro. 

No mundo atual, é evidente a necessidade de parar para organizar as ideias devido ao volume de informações a serem absorvidas e maiores exigências sociais a cumprir. Isso significa libertarmos da ideia tradicional do trabalho ou estudo contínuo incluindo pausas.

Pouco se fala sobre os benefícios e virtudes da preguiça. Segundo estudos científicos, abrir brechas nas atividades estressantes do dia-a-dia para se dedicar a algo prazeiroso ou apenas ao ócio, é um caminho que nos conduz ao bem estar físico e emocional. 

Além dos nossos compromissos profissionais, sociais e familiares, é necessário que aprendamos a separar um tempo para distrair ou não fazer nada. Especialistas confirmam que uma soneca depois do almoço pode aumentar a produtividade e o poder de concentração além de melhorar a habilidade para tomar decisões. 

Aos poucos, empresas e escolas estão descobrindo e absorvendo esses novos conceitos. Cada vez mais, o stress é combatido com pequenas mudanças de hábitos e descanso. Logicamente não podemos viver como na Grécia Antiga, mas um pouco de contemplação é fundamental para desenvolver o raciocínio e a criatividade.



  


Existem diversas mitologias associadas à criação do xadrez e uma delas diz que foi criado por Palamedes. Foram os gregos que documentaram o jogo pela primeira vez.

Na Idade Média e durante a Renascença, o enxadrismo tornou-se parte da cultura da nobreza, sendo usado tanto para o entretenimento de reis e cortesãos quanto para o ensino de estratégia militar, por isso o Jogo de Xadrez era conhecido como o Jogo dos Reis.

As diferentes peças de xadrez serviam como metáforas para diferentes classes sociais e os deveres humanos foram comparados às regras do jogo ou às propriedades visuais das peças. 

O jogo simula um embate entre 2 reinos, cada um composto por 1 rei, 1 rainha, 2 bispos, 2 cavalos, 2 torres e 8 peões que estão submetidos a determinadas regras do jogo,  reproduzindo em escala diminuta o que poderia acontecer em uma batalha.

O jogo reproduz uma situação de guerra, em um contexto lúdico, onde cada jogador conduz um reino. O objetivo é proteger o rei e as decisões do jogador são fundamentais para ganhar ou perder a partida. 

A estratégia enxadrística consiste em definir e atingir objetivos de longo prazo durante uma partida baseando seus ataques no cálculo exato dos lances futuros. Um ataque prematuro não terá sucesso se não for baseado nas fraquezas da posição adversária.

Mais que um passatempo agradável, o jogo de xadrez impulsiona a imaginação, desenvolve a memória, melhora a capacidade de atenção e concentração, inteligência, velocidade de raciocínio e pensamento lógico. 

Também aumenta a tenacidade, a força de vontade, o desejo de vencer, paciência, autocontrole além de organização e método na execução de tarefas. Pesquisas demonstram que melhora a capacidade de formular e concretizar planos, auxiliando na tomada de decisões no jogo da vida.

Desenvolvendo a capacidade de julgamento e planejamento, o jogo ensina sobre a importância da antecipação aos problemas, às crises e reflexão antes de agir pois atitudes displicentes e mal calculadas podem gerar consequências. 

Mas também tem um importante papel socializante porque ensina a lidar com a vitória e a derrota, mostrando que a derrota não é sinônimo de fracasso nem a vitória é sinônimo de sucesso. 



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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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