quinta-feira, 29 de março de 2012

Hércules e o poder das escolhas





Herói tebano, filho de Zeus e de Alcmena, Hércules era um semideus famoso por sua impressionante força física. Originalmente era chamado pelos gregos de Herácles, que significa "a glória de Hera". Ele foi perseguido por Hera, a esposa ciumenta de Zeus, desde o seu nascimento até a sua morte.

Ainda jovem, Hércules
retirou-se para um lugar isolado a fim de pensar a que gênero de vida se dedicaria. Sozinho, pensativo e repleto de dúvidas, surgiram diante dele duas mulheres tentando arrebatá-lo, prometendo, cada uma a seu modo, conduzí-lo à felicidade.

Uma era belíssima, de rosto majestoso, plena de dignidade, modéstia nos gestos, pudor nos olhos e no modo de vestir; era Aretê - a virtude. A outra, chamada Kakia - a indolência, volúpia ou vício, tinha olhares ousados e era ambiciosa nos gestos. Vaidosa e fútil se vestia com roupas reveladoras com a intenção de seduzir. Cada uma das duas tentava conquistá-lo com suas promessas.

A primeira disse-lhe: " - Tens a opção de seguir um caminho de atribulações, repleto de privações e perigos. Sua estrada será longa e conhecerás a glória. Essa é a promessa dos que seguem Aretê. "

A segunda propõe: " - Poderás seguir um caminho mais fácil e agradável, com alegria e ociosidade. Terás os frutos do trabalho árduo dos outros. Aos meus companheiros, dou autoridade para arrancar vantagem em todos os lugares. Meus amigos me chamam de felicidade, mas entre aqueles que me odeiam chamam-me de Kakia..."

Hércules optou por seguir Aretê, a virtude. Empregou grande parte de sua vida na famosa jornada conhecida como os 12 trabalhos de Hércules, destruiu vários monstros e obteve inúmeras conquistas.

Kakia era uma deusa grega amoral e da maldade, que tentava seduzir as pessoas para o caminho do ganho fácil, para as riquezas de curta duração e para a felicidade momentânea. Também era relacionada à má vontade, à depravação, ao vício e ao descumprimento das leis.

Aretê era personificada como uma deusa, filha de Praxidike - a Justiça. Junto com sua irmã Harmonia eram conhecidas como Praxidikai, as executoras da Justiça. De origem grega, Aretê significava a excelência, a adaptação perfeita, a virtude ligada à noção de cumprimento do propósito ou da função a que o indivíduo se destina. 

Segundo Sócrates, a virtude é fazer aquilo que a cada um se destina, aquilo que no plano objetivo é a realização da própria essência, no plano subjetivo coincide com a própria e verdadeira felicidade.

Na Grécia Antiga, Aretê significava também a coragem e a força de enfrentar todas as adversidades, uma virtude a que todos aspiravam. A raiz do termo provém de aristos que originou aristocracia, significando habilidade ou superioridade e era constantemente usada para denotar nobreza. 

O termo era aplicado para qualquer coisa: a descrição de um objeto útil ou para indicar um cidadão exemplar ou um herói. Em todos os casos, a Aretê de cada um envolvia valores diferentes.

Posteriormente, Aretê passou a incorporar outros atributos, como Dikaiosyne - justiça e Sophrosyne - moderação e autocontrole. Platão incorporou esses novos significados tentando estabelecer uma nova definição para Aretê. Aristóteles ampliou seu trabalho e o conceito teve importantes repercussões no pensamento cristão.

Aretê foi também importante elemento na Paideia Grega, o conceito de educação integral para a formação de um cidadão virtuoso e capaz de desempenhar qualquer função na sociedade. 

O treinamento na Aretê envolvia educação física, oratória, retórica, ciência, música e filosofia, além de educação espiritual. Paideia significava a própria cultura construída a partir da educação. Era o ideal que os gregos cultivavam do mundo, para si e para sua juventude.

O governo de si próprio era muito valorizado pelos gregos. A Paideia combinava ethos (hábitos) que o fizessem ser digno e bom, tanto como governado quanto como governante. O objetivo não era ensinar ofícios, mas treinar a liberdade e nobreza. Paideia também era encarada como um legado que se deixa para gerações posteriores. 


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A trajetória de Hércules pode ser utilizada como uma metáfora da condição humana e serve ainda hoje como resposta à questão de como devemos viver, de forma a alcançar a paz interior e a felicidade. Uma vida bem sucedida depende das escolhas que fizermos, disso depende o nosso futuro. Temos de saber o que é ou não importante para nós.

A escolha
inteligente implica um sentido realista dos valores e das proporções. Este processo de escolha - aceitação ou rejeição - começa na infância e continua pela vida fora. Não podemos ter tudo o que ambicionamos. Com uma vida limitada não podemos ser ou fazer tudo.

A todo momento estamos fazendo escolhas em nossas vidas.
Desde a hora que acordamos temos de escolher se vamos levantar ou permanecer mais tempo na cama, a roupa que vamos vestir, como iremos para o trabalho, tomar ou não o café. São as escolhas passadas que nos trouxeram até aqui, e as escolhas de hoje irão nos levar a algum lugar.

Desde pequenos sabemos que, quando fazemos uma escolha, naturalmente estamos descartando outras opções. E, de opção em opção, vamos tecendo nossa vida. Embora não seja fácil, a vida exige escolhas a todo momento. 

Se escolhemos estudar, temos de abrir mão de alguns divertimentos. Se escolhemos uma profissão de engenheiro, não poderemos nos dedicar à medicina. Se escolhemos ir ao cinema, talvez não dê tempo para encontrar os amigos. Se encontramos os amigos, perdemos o horário do cinema. Não se pode abraçar tudo ao mesmo tempo.

E chega um dia, depois de muitas paqueras e namoros, que temos que decidir se vamos casar com um certo alguém ou se vamos ficar apenas nas paqueras sem criar vínculos afetivos. As duas opções têm seus prós e contras. 

Casar significa ter responsabilidades e cobranças mas nos dá uma uma linda família com quem podemos compartilhar nossas alegrias e tristezas. Ficar solteiro significa estar livre mas sem ninguém para consolar as tristezas e comemorar as vitórias.

Tudo é uma questão de decisão: morar no campo ou na cidade, ficar no país ou ir morar no exterior, fazer dieta ou ficar obeso, casar ou ir para o convento... Tudo é válido, só que há um preço por cada escolha. 

Como seria maravilhoso se pudéssemos tirar férias a cada 3 meses de trabalho e viajar pelo mundo desfrutando das mordomias nos hotéis 5 estrelas. Ter filhos e só ter o prazer de brincar com eles sem a obrigação de corrigí-los.

Tal qual Hércules, temos a liberdade e livre-arbítrio, a energia e a força para enfrentar as duras provas da vida utilizando de nossa personalidade criativa que nunca se encontra em estagnação.

Também carregamos em nós a capacidade de dispersão, insatisfação, imprudência, temperamento explosivo e complexos de culpa por nos envolvermos demais em problemas dos outros deixando os nossos próprios problemas de lado.

Por isso é tão importante sabermos sobre as escolhas que vamos fazendo durante a vida e refletir sobre elas. Podemos até reavaliar algumas decisões e mudar de rota, mas até mesmo nas mudanças, temos de arcar com as consequências das escolhas anteriores.

O poder de mudar de rota, escolher outro caminho a qualquer momento, pode acrescentar
outras vivências, mas nunca anula o passado. No caminho da vida, há aqueles que viajam tolamente, desviando-se, sem perceber e sem se dar conta, quão próximos são os caminhos dos vícios e da virtude. Nós fazemos as escolhas, mas são elas que determinam o que iremos ser...

terça-feira, 27 de março de 2012

Phineu e a vida compartilhada





Cleópatra, filha de Bóreas deus dos ventos casou com Phineu, Rei da Trácia. Eles viviam felizes com seus dois filhos, até que ele conheceu a princesa Idaea, filha de Dárdano Rei do Citas. Phineu aprisionou Cleópatra e casou-se com Idaea. Tentando livrar-se dos filhos de Phineu, Idaea os acusou de terem tentado seduzí-la. Diante disso, Phineu cegou os filhos e os encarcerou junto com Cleópatra.

Phineu havia recebido de Apolo o dom da profecia com a recomendação de que jamais deveria revelar os segredos dos deuses do Olimpo. No entanto, Phineus ignorou a recomendação e como castigo Zeus tirou-lhe a visão e enviou as Harpias para perseguí-lo.

As Harpias eram aves de rapina, criaturas com rosto de mulher e seios. Elas roubavam a comida de Phineu e o que não conseguiam levar, elas inutilizavam com suas fezes e seus odores. Apesar dos esforços dos servos de Phineu, eles não conseguiam afungentá-las.

Phineu e seu reino estavam prestes a morrer de fome quando os Argonautas chegaram. Phineu pediu ajuda para livrar-se das Hárpias e prometeu revelar o melhor caminho para atravessar as Simplégades, que eram as rochas azuis que se abriam com a aproximação dos navios, mas que se fechavam antes que o navio tivesse feito a travessia e esmagava toda tripulação. 

Também ensinou os argonautas como se livrar dos pássaros da Ilha de Dia, que usavam suas penas como flechas. Bastava fazer barulho com seus escudos que elas se afastavam.

Calais e Zetes, os irmãos de Cleópatra, faziam parte da tripulação da Argos. Como filhos do deus dos ventos, eles tinham asas nas costas e nos pés e expulsaram as Harpias do reino de Phineu salvando-o de morrer de fome. Mas sabendo do destino de sua irmã e de seus sobrinhos, exigiram que fossem libertados e expulsaram Idaea do reino. 

Quando os Argonautas estavam partindo, Phineu enviou um pombo e as rochas se abriram. Aproveitando aquele momento, os Argonautas prosseguiram sua viagem para a Colquida para cumprir seu objetivo de buscar o velocino de ouro.



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O mito de Phineu se relaciona à aventura compartilhada e revela que todos nós fazemos parte da vida de outros. Embora algumas pessoas possam passar por nossas vidas por breves momentos, outros são aqueles que permanecem junto de nós apoiando para que possamos conquistar os nossos objetivos.

Os argonautas tinham um desafio a cumprir
e, atravessando mares revoltos e monstros, eles tiveram contato com diversas pessoas e lugares, deixando sua marca pessoal. Cada argonauta tinha uma habilidade especial que o tornava imprescindível na missão.

Assim como os herois da mitologia, quando construímos algo com a firme disposição de enfrentar desafios e superar obstáculos, estamos também em constante relação de interdependência com os nossos companheiros de jornada, com as circunstâncias dos ambientes e com as determinações prescritas por deuses e oráculos atemporais.

O modelo de
herói da mitologia é por característica comprometido com o coletivo e a realidade do mundo em que vive. Torna-se portanto uma viagem que, mesmo seguindo um rumo, é construída passo a passo em ambiente de conectividade e muitos são aqueles que exercem papéis relevantes. Quando construímos nossa vida, não seguimos sozinhos. A vida é uma manifestação compartilhada de aventuras e desventuras, uns ajudando a outros.

Inesperadamente ao longo da jornada, eles foram obrigados a cumprir tarefas que não estavam previstas, mas faziam parte do objetivo principal. Assim também, ao longo de nossa vida, vamos ancorando em diversos portos, contando com a ajuda de muitos heróis que não nos deixam naufragar, que nos ajudam a ultrapassar muitas terras desconhecidas para que possamos encontrar o nosso velocino de ouro...


sexta-feira, 16 de março de 2012

Hemera, a divindade que traz o dia






Hemera era a personificação do dia, uma divindade feminina filha de Erebus e Nyx, os deuses da noite e da escuridão. Ela era a guardiã das fronteiras, entre o mundo onde chegava a luz e o mundo das sombras. 

Nascida junto de Ether - a luz celestial e das Hespérides - o entardecer, do romance com seu irmão Ether nasceu uma filha, Tálassa, a personificação feminina do Mar Mediterrâneo. Também gerou outros seres não antropomorfizados: A Tristeza, a Cólera, a Mentira, etc.

Hemera e as Hespérides nasceram para ajudar Nyx a não se cansar, assim nasceu o ciclo diário: Hemera trazia o dia e se relacionava com Eos - a aurora. Helios - o Sol e as Hespérides traziam a tarde e se relacionava com Selene, a Lua. Nyx traria a noite absoluta. Todas estas deidades em conjunto conduziam à dança das horas.

Algumas tradições colocam Ether e Hemera como pais de Urano e de Gaia, logo ela seria a semente de quase todos os deuses gregos. Momentos antes de Hemera conceber Urano e Gaia, ouviram-se grandes estrondos por todo Universo, como se o céu estivesse sendo influenciado pela deusa; isso devido à forte ligação com Ether.

Hemera habita junto com sua mãe Nyx além do Oceano no extremo do Ocidente. Lá, um grande muro separa as portas do inferno do mundo visível. Atrás do muro há o grande palácio onde ambas residem, mas nunca estão juntas. 

Quando Hemera sai, sua mãe permanece esperando até a hora de lançar a noite sobre o mundo. Quando Hemera retorna, cruza sobre o muro e cumprimenta sua mãe, que sai para correr pelo mundo. Nunca o palácio fecha para ambas...



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O mito de Hemera serve para refletirmos sobre a dança das horas. O dia de amanhã nunca será igual ao dia de hoje, porque entre os dois há uma noite (Nyx) que tudo pode modificar. 

Podemos acreditar que a vida nos oferecerá no futuro dias iguais ao de ontem e hoje. Mera ilusão, se prestarmos atenção vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro.

Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar. Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.

"Carpe Diem" quer dizer: colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre...  A vida não pode ser economizada para amanhã porque acontece sempre no presente. 

Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos. Nenhum dia é igual e a cada dia somos diferentes porque estamos em constante processo de mudança.

Carpe Diem! Aproveite o seu dia. Torne a sua vida extraordinária. Agarre as oportunidades que todos os dias estão chegando. Hoje foi um futuro daquilo que você já esperou tanto no passado. 

O ideal nunca chega; hoje é o dia ideal para quem o faz ideal. Viva o hoje, viver amanhã é tarde demais. Tudo que temos é o agora. O hoje bem vivido nos prepara tanto para as oportunidades quanto para os obstáculos de amanhã.

Carpe Diem! Aproveite o dia e reflita as cores de Deus para seu mundo. Dentro de você há potencial colocado pelo sopro divino. Não o guarde em segredo. Comece a viver hoje o potencial que Deus lhe deu. 

O mundo é cheio de coisas mágicas pacientemente esperando que nossa percepção fique mais aguçada. O mundo é sua ostra; no meio das dificuldades encontre a sua pérola.

Aproveite bem o seu dia e extraia dele todos os bons sentimentos possíveis, não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer, demonstre, seja você mesmo. Não guarde lixo emocional, não cultive amarguras e sofrimentos. 

Prefira o sorriso, ria de tudo e até de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos. Seja feliz hoje. O dia de ontem é uma lembrança, o dia de amanhã é uma ilusão, só existe o dia de hoje...




quinta-feira, 15 de março de 2012

Catreu ensina que os filhos são do mundo






Catreu era descendente do perverso rei Minos e tinha três filhas, Aérope, Clímene e Apemosyne e um filho, Altémenes. Certo dia Catreu recebeu do oráculo a previsão de que ele morreria pelas mãos de um de seus filhos e que sua família seria totalmente destruída. Temendo as previsões, Catreu contou a seus filhos.

Quando soube das previsões do oráculo, seu filho Altémenes mudou-se com sua irmã Apemosyne para Rodhes para evitar a tragédia, recebendo vários conselhos do seu pai. No entanto, desconfiando que ela perdera a virgindade porque ela era constantemente assediada por Hermes, Altémenes assassinou a irmã apesar de não ter comprovado sua desconfiança.

Aérope e Clímene foram entregues para serem criadas por Náuplio que era rei da Ilha de Eubéia. O rei casou-se com Climene e teve com ela o filho Palamedes que foi um dos heróis da guerra de Troya e era odiado por Ulisses. Palamedes desmascarou Ulisses quando ele se fingiu de louco para não participar da guerra e também acusou Ulisses de traição por deixar faltar comida ao exército. Ulisses nunca perdoou essa interferência e jurou vingar-se.

Para se vingar, Ulisses escreveu uma carta supostamente enviada por Príamo rei dos troianos, acusando Palamedes de ser um traidor e, para reforçar sua denúncia escondeu ouro na tenda de Palamedes, o preço da traição. Quando o ouro foi descoberto, Palamedes foi condenado à morte pelo conselho de guerra apesar de nada ter sido provado contra ele. Assim, ele foi apedrejado injustamente até a morte e sua mãe Clímene morreu devido à grande dor.

Aérope casou-se com Atreu tendo os filhos Agamemnon e Menelau. Em Micenas, Atreu tinha prometido a Artemis que iria sacrificar o seu melhor cordeiro a ela. Contudo ao procurar no seu rebanho encontrou um cordeiro dourado, que deu a Aérope para guardá-lo pois quem tivesse esse cordeiro de ouro seria coroado rei de Micenas. Porém Aérope tinha se tornado amante de Tiestes, irmão de Atreu, e em um ímpeto de paixão entregou o cordeiro a Tiestes. Quando Atreu descobriu a traição, vingou-se de Tiestes e assassinou a esposa.

Em Rodhes, Altémenes fundou um templo a Zeus, chamado de Zeus Atabyrius. Quando Catreu ficou velho, querendo legar o reino a seu filho Altémenes ele viajou para Rodhes. Tendo sido confundido com um pirata, foi morto por Altémenes. Cumpria-se assim o final da profecia. Por não conseguir suportar a culpa de ter matado seu pai, ele se isolou do mundo e morreu de desgosto, mas foi honrado em Rodhes tal como um heroi.

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O mito de Catreu simboliza a preocupação com os filhos e a tentativa frustrada e evitar que eles sofram diante do mundo. As pessoas sentem imensa alegria quando se tornam pais e mães. Pôr filhos no mundo é uma dádiva que vem acompanhada da responsabilidade e da eterna preocupação. É um amor incondicional que, em excesso, pode se transformar em uma prisão para todos.

Atravessamos várias etapas do ciclo de vida familiar e em cada uma delas são necessárias mudanças na forma de lidar com os filhos. Quando eles nascem, precisam de todos os cuidados para sobreviverem mas precisam assumir pouco a pouco seus próprios cuidados e responsabilidades. Estabelecer um limite entre pais e filhos, é uma forma de deixar que os filhos construam sua própria identidade reconhecendo o respeito que se deve construir entre si.

Os pais são o solo fértil para o crescimento dos filhos mas eles precisam criar asas e formar seu próprio ninho. Libertá-los significa deixar que aprendam com seus erros e acertos. A partir de certa idade, só valem conselhos. Só assim, os filhos se tornam adultos. E, embora a maioria dos pais tentem fazer isso, muitas vezes se sentem culpados quando os filhos sofrem por suas escolhas mal refletidas.

Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter; é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de vê-los sofrer ou perder algo tão amado. São os filhos que ministram um curso intensivo de amar alguém mais que a si mesmo, de mudar hábitos e se corrigir para dar os melhores exemplos.

Esperar que a dedicação de longos anos retornem em sorrisos e amparos na velhice, é mera ilusão. A realidade é que só se pode aproveitar os momentos possíveis juntos. Os filhos são do mundo. Eles crescem e se vão. O problema é que levam com eles, um pedaço de outro coração!

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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