sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Keres e os traumas emocionais



As Keres eram espíritos femininos originadas de Nix, a deusa da noite. Alguns atribui-lhes a paternidade de Erebus, outros defendem que elas foram geradas sem a união com outro deus. As Keres simbolizam o destino cruel, fatal e impossível de escapar e elas seriam aquelas que traziam a morte violenta aos mortais. Cada uma das Keres correspondia a um tipo específico de morte violenta, chamadas pelos romanos de Tênebras ou Trevas.

Confundidas com as Erínias, ou com as Harpias ou com as Moiras - o destino cego, as Keres eram verdadeiros monstros alados de cor negra, dentes pontiagudos e longas unhas que usavam para ferir ou despedaçar os cadáveres. As Keres eram irmãs de Thanatus - a personificação da morte, Moro - o escárnio e o quinhão que cada homem receberá em vida e o destino e Átropos - uma das Moiras. Juntos determinavam o fim da vida. Enquanto seus irmãos promoviam a morte tranquila, as Keres rondavam os campos de batalha, portanto tinham por missão trazer a morte cruel antes do tempo.

Quando o sanguinário deus Ares partia para grandes guerras, convocava as Keres para fazer parte de seu cortejo. À frente iam os filhos de Ares, Deimos - o espanto e Phobos - o terror. Após a batalha, as Keres devoravam os mortos e levavam as almas ao Hades. Presentes nos campos de batalha ou nos momentos de grande violência, como assassinatos, acidentes e devastações coletivas, aos que sobreviviam a elas, restava-lhes uma visão de sua horrível presença. A Ilíada afirma que cada ser humano possui uma Ker consigo, que personifica sua própria morte.

Elas seriam um dos maus espíritos liberados da caixa de Pandora. Ora tratadas como várias divindades e ora tratada apenas como uma única divindade que tinha um valor coletivo, entre as personificações destrutivas estão: Stygere, o ódio - Anaplekte, a morte rápida - Nosos, a doença - Ker, a destruição - Akhlys, a névoa da morte.

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O mito das Keres simbolizam o destino cruel e fatal e também os traumas emocionais causados por situações de eminente violência, tais como tentativa de assalto, sequestro, ataques de animais violentos ou peçonhentos, catástrofes naturais, agressão física, estupro ou acidentes. Pessoas que estiveram em situações de eminente violência podem desenvolver o transtorno do estresse pós-traumático que pode ser facilitado tanto pelo seu tipo de personalidade como a sua forma de lidar com dificuldades.

Toda ação produz uma reação em igual intensidade em sentido contrário. Esse choque de forças não é só uma teoria, mas uma verdade que surge nos momentos de fortes tensões emocionais. As pessoas podem ser afetadas em graus variados e o impacto é muito relativo, variando de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem ser totalmente afetadas pelo transtorno, que traz sofrimento e interfere em sua vida pessoal e profissional, provocando sintomas fisiológicos, emocionais e comportamentais.

Pessoas nessa situação, tentam afastar-se de quaisquer fatos, objetos, pessoas, locais e situações que possam trazer sensação de desconforto ao relembrar dos fatos. Os flashblacks, a sensação de estar novamente vivenciando o mesmo acontecimento, podem ocorrer através de pesadelos e sonhos aflitivos. Isso leva a um estado de constante tensão, gerando medo e terror obssessivo. A pessoa pode se assustar facilmente e estar sempre na expectativa de que a situação possa ocorrer novamente. Outras podem entrar numa sensação de vazio, perda de esperança no futuro e afastamento de atividades que considerava agradáveis no passado.

Em geral, as pessoas podem desenvolver os sintomas meses depois do evento, demorando algum tempo para incorporá-los. O próprio caso dramático ocorrido pode trazer significativas aprendizagens para lidar com o estresse pós-traumático, já que não é possível simplesmente esquecê-lo. Toda pessoa que foi afetada por um evento traumático deve ser acompanhada, apoiada e encorajada a encarar os fatos. Enfrentando o medo, pouco a pouco conseguirá superá-lo, para que não viva sob o constante fantasma das Keres. Só assim poderá reconstruir-se em outro contexto.

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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