Eros, filho de Afrodite - a deusa do amor, era o cupido que atirava suas flechas do amor, deixando as pessoas apaixonadas. Ele carregava as flechas sempre consigo e numa tarde quente, cansado de brincar e sentindo muito calor, Eros abrigou-se em uma caverna fresca e escura. Querendo apenas descansar, Eros jogou-se displicentemente ao chão, tão descuidadamente que todas as suas flechas caíram.
Eros não sabia mas estava na caverna de Thanatus, o deus da Morte. Quando ele acordou percebeu que suas flechas do amor tinham se misturado com as flechas do deus da Morte, que também estavam espalhadas no solo da caverna. Eram tão parecidas que Eros não conseguia distinguí-las, mas sabendo quantas flechas tinha levado consigo, ajuntou a quantidade certa e partiu.
Naturalmente, Eros levou algumas flechas que pertenciam a Thanatus e deixou algumas das suas. E é assim que vemos, frequentemente, os corações dos velhos e dos moribundos atingidos pelas flechas do amor, e às vezes, vemos os corações dos jovens capturados pela Morte.
O mito de Eros e Thanatus está relacionado a duas forças ou dois desejos conflitantes que movem as pessoas: Eros - a pulsão de vida, libido, sobrevivência, propagação, apetite, sede e sexo; Thanatus - a pulsão de morte, a negação e destruição. Eros e Thanatus podem criar uma infinidade de formas de vida e de morte. O conceito de tanatismo é baseado no predomínio do instinto de morte sobre o instinto de vida. Os múltiplos disfarces do instinto de morte e seu maquiavelismo devem ser estudados para enfrentá-los e sobrepujá-los pelo instinto de vida.
A felicidade perene é uma utopia; a felicidade é um sentimento periódico que acontece em vários momentos felizes, por exemplo: estar com quem se ama, reencontrar um amigo depois de um longo tempo ausente, ouvir as risadas dos filhos, ouvir uma declaração de amor, pagar todas as dívidas, terminar a construção de uma casa etc. Em todas essas situações não há agressividade destrutiva, logo a felicidade está no amor.
Ser feliz é amar, sentir-se útil, dedicar-se a algo que lhe dê prazer em realizar, por exemplo, dedicar-se às artes, à ciência, à humanidade etc. Porque toda dedicação é a capacidade plena de amar. Segundo o conceito de Bertrand Russell, “ a vida deve ser inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento”. Para tornarmo-nos infelizes, não precisamos de nada mais que nós mesmos.
Eros nos ensina a amar, a cultivar amizades autênticas, a apreciar as artes, as ciências e tudo de bom e belo que existe no mundo. Ele nos dá a energia necessária para sentir-nos motivados, cheios de entusiasmo e alegria, para conduzir a vida com sentido e contribuir com nossa parcela de talento para o progresso da humanidade.
Thanatus nos atrai para a morte. Ele extrai do nosso ser toda energia, toda vitalidade. Vivemos nossa existência sem propósito, sentimo-nos apáticos, carentes de motivação. Não achamos graça em nada, tudo é tristeza, insatisfação, constrangimento. Experimentamos uma existência sem cor, vendo os dias e as noites passarem, sentindo o final inevitável se aproximar.
Eros nos convida a festas para dançar, encontrar pessoas alegres, beber um bom vinho, saborear gostosas comidas e depois quem sabe, em companhia de alguém muito especial, passar o resto da noite, com muito amor, sensualidade e aconchego.
Thánatus nos induz à solidão e à tristeza; encobre a alegria de sair de casa, ir ao cinema, ao teatro, ao jogo de futebol. Para ele, nada disso faz sentido. Em sua ótica, é preferível permanecer impassível, remoendo ressentimentos ou preocupando-se com o futuro, suas vicissitudes ou com a provável chegada da morte a qualquer momento.
Eros estimula-nos a encontrar os amigos, a desfrutar seus talentos, a compartilhar a vida em toda sua plenitude. Ele incentiva-nos a buscar o prazer, a alegria, a felicidade. Proporciona-nos a inspiração para compor versos, escrever contos ou romances, cantar alegres melodias ou tocar algum instrumento musical.
Podemos nos render ao amor ou flertar com a morte, pois tanto Eros quanto Thanatus tentam nos atrair. Cabe a cada um decidir quem escolherá como sua prazeirosa companhia. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...
Eros não sabia mas estava na caverna de Thanatus, o deus da Morte. Quando ele acordou percebeu que suas flechas do amor tinham se misturado com as flechas do deus da Morte, que também estavam espalhadas no solo da caverna. Eram tão parecidas que Eros não conseguia distinguí-las, mas sabendo quantas flechas tinha levado consigo, ajuntou a quantidade certa e partiu.
Naturalmente, Eros levou algumas flechas que pertenciam a Thanatus e deixou algumas das suas. E é assim que vemos, frequentemente, os corações dos velhos e dos moribundos atingidos pelas flechas do amor, e às vezes, vemos os corações dos jovens capturados pela Morte.
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O mito de Eros e Thanatus está relacionado a duas forças ou dois desejos conflitantes que movem as pessoas: Eros - a pulsão de vida, libido, sobrevivência, propagação, apetite, sede e sexo; Thanatus - a pulsão de morte, a negação e destruição. Eros e Thanatus podem criar uma infinidade de formas de vida e de morte. O conceito de tanatismo é baseado no predomínio do instinto de morte sobre o instinto de vida. Os múltiplos disfarces do instinto de morte e seu maquiavelismo devem ser estudados para enfrentá-los e sobrepujá-los pelo instinto de vida.
A felicidade perene é uma utopia; a felicidade é um sentimento periódico que acontece em vários momentos felizes, por exemplo: estar com quem se ama, reencontrar um amigo depois de um longo tempo ausente, ouvir as risadas dos filhos, ouvir uma declaração de amor, pagar todas as dívidas, terminar a construção de uma casa etc. Em todas essas situações não há agressividade destrutiva, logo a felicidade está no amor.
Ser feliz é amar, sentir-se útil, dedicar-se a algo que lhe dê prazer em realizar, por exemplo, dedicar-se às artes, à ciência, à humanidade etc. Porque toda dedicação é a capacidade plena de amar. Segundo o conceito de Bertrand Russell, “ a vida deve ser inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento”. Para tornarmo-nos infelizes, não precisamos de nada mais que nós mesmos.
Eros nos ensina a amar, a cultivar amizades autênticas, a apreciar as artes, as ciências e tudo de bom e belo que existe no mundo. Ele nos dá a energia necessária para sentir-nos motivados, cheios de entusiasmo e alegria, para conduzir a vida com sentido e contribuir com nossa parcela de talento para o progresso da humanidade.
Thanatus nos atrai para a morte. Ele extrai do nosso ser toda energia, toda vitalidade. Vivemos nossa existência sem propósito, sentimo-nos apáticos, carentes de motivação. Não achamos graça em nada, tudo é tristeza, insatisfação, constrangimento. Experimentamos uma existência sem cor, vendo os dias e as noites passarem, sentindo o final inevitável se aproximar.
Eros nos convida a festas para dançar, encontrar pessoas alegres, beber um bom vinho, saborear gostosas comidas e depois quem sabe, em companhia de alguém muito especial, passar o resto da noite, com muito amor, sensualidade e aconchego.
Thánatus nos induz à solidão e à tristeza; encobre a alegria de sair de casa, ir ao cinema, ao teatro, ao jogo de futebol. Para ele, nada disso faz sentido. Em sua ótica, é preferível permanecer impassível, remoendo ressentimentos ou preocupando-se com o futuro, suas vicissitudes ou com a provável chegada da morte a qualquer momento.
Eros estimula-nos a encontrar os amigos, a desfrutar seus talentos, a compartilhar a vida em toda sua plenitude. Ele incentiva-nos a buscar o prazer, a alegria, a felicidade. Proporciona-nos a inspiração para compor versos, escrever contos ou romances, cantar alegres melodias ou tocar algum instrumento musical.
Podemos nos render ao amor ou flertar com a morte, pois tanto Eros quanto Thanatus tentam nos atrair. Cabe a cada um decidir quem escolherá como sua prazeirosa companhia. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...
Adorei o texto. Meu dia foi de eros, Mas minha noite vai ser de Perséfone.
ResponderExcluirGostei do Texto. Parabéns
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirObrigada! Perfeito... 🏆🔥♥️
ResponderExcluirSimplesmente aquilo que me faltava para conseguir aquilo que desejava.
ResponderExcluirMuito obrigada, autor deste conto.
Fascinante, pois eu me vejo nas duas situações.
ResponderExcluirExceExcelente texto e de fácil entendimento. Parabéns!
ResponderExcluirSimplismente AMEI! Obrigada
ResponderExcluirBom dia! Essa visão do ser humano decorre da influência da indesejada "Teoria da Separatividade", razão pela qual entende -se, por exemplo, que "ser feliz é amar" ou, ainda, "para tornamo-nos infelizes, não precisamos nada mais que nós mesmos". De acordo com a "visão não-separativista" do ser humano, "ser feliz é ser amado" e, ainda, para tornarmo-nos infelizes, não precisamos nada mais que não ser amado", pois, a "felicidade", a qual em hipótese alguma é perene, depende unicamente da quantidade de "amor" recebido, ou seja, a felicidade ou a infelicidade não depende de nós mesmos, mas, sim da satisfação da necessidade afetiva permanente que cada pessoa possui. Infelizmente, tanto a mitologia grega, quanto a romana, sofreram forte influência das indesejadas "idéias separativistas".
ResponderExcluirAmei,falar de amor sempre me fascina!
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