Íxion foi um dos três maiores vilões da mitologia grega, ao lado de Sísifo e Tântalo. Tanto a culpa de Tântalo quanto a justiça no castigo de Sísifo ainda são questionáveis, contudo, não há argumentos capazes de defender Íxion, que foi o primeiro homem a assassinar um de seus parentes sobre a terra.
Filho de Ares e Perimele, Ixion era o Rei dos Lápitas na Tessália. Apaixonado pela filha de Dioneu, Ixion prometeu dar seus cavalos em troca da mão de sua filha. Porém, após o casamento, Íxion se negou a cumprir sua promessa. Seu sogro reagiu e tomou à força os cavalos que lhe haviam sido prometidos, mesmo assim Ixion jurou vingar-se prometendo que iria submeter seu sogro ao sofrimento e à morte.
Fingindo querer reconciliar-se, Ixion convidou seu sogro para vir à sua casa. Quando Dioneu chegou, Ixion convidou-o a entrar numa sala que na verdade era uma fornalha camuflada. Em um instante, Ixion trancou a porta e acendeu o fogo. Enquanto Dioneu era incinerado, seus gritos de desespero levaram Íxion ao arrependimento, mas era tarde demais. Ao abrir a porta da câmara, Íxion se deparou com o corpo carbonizado de seu sogro.
Diante da Hybris, o comportamento desmedido do Rei dos Lápidas, ninguém ousou purificá-lo e o remorso levou Ixion à loucura. Perambulando pelo mundo como mendigo, um oráculo previu que a única maneira de recobrar a sanidade seria submetendo-se a uma purificação para a expiação do seu crime, porém ninguém conhecia o ritual próprio para aquele caso, pois nunca antes alguém havia assassinado um membro de sua própria família.
Ao ver o sofrimento de Íxion, Zeus apiedou-se dele, restituiu-lhe a sanidade e o convidou a partilhar do banquete dos Deuses. Após o banquete, embriagado pelo néctar, Íxion passou a assediar a esposa de Zeus, seu anfitrião. Percebendo as intenções de seu convidado, Zeus decidiu preparar uma armadilha e criou uma cópia de sua esposa a partir de uma nuvem, dando-lhe o nome de Néfele. Ao deixar a réplica sozinha, Ixion seduziu a nuvem.
Após ter seduzido Néfele acreditando ser a esposa de Zeus, Íxion despediu-se dos Deuses e voltou para a Terra. Da união de Ixion com Néfele, nasceu a raça dos Centauros: metade-homem, metade-cavalo. Todos os Centauros eram descendentes de Íxion, exceto Quíron e Folo. Logo depois, Ixion divulgou para os mortais que havia seduzido a esposa de Zeus. Para castigar tal afronta, Zeus lançou Ixion no Tártaro condenando-o a permanecer preso a uma roda em chamas por toda eternidade.
Presa em seu orgulho, confiante de sua onipotência e narcisismo, a pessoa não consegue desenvolver as qualidades de respeito, gratidão e amor que precisam do amadurecimento consciente. Para essa pessoa, nunca é suficiente o que possui e vivencia a inveja destruidora que ocupa o lugar da gratidão. É uma pessoa que não ama, apenas deseja e disputa o amor de outras pessoas como prêmios.
A pessoa não consegue integrar à sua personalidade as qualidades da sensibilidade, intuição, receptividade e a disponibilidade que dão acesso a alma. Presa apenas à sua matéria, a pessoa busca o que possa lhe trazer glória e prazer, negocia com sentimentos, ignora amizade, respeito e afeto. Assim como Ixion, que negocia seu casamento e depois tenta seduzir a esposa de Zeus, a pessoa se perde em desejos sem finalidade, tornando-se incapaz de transformá-los.
Só lhe resta queimar em seus desejos por longos anos, que parece eterno a quem sofre, mas é o único modo de secar as emoções negativas que geraram um comportamento tão perigoso para si mesmo. Esse processo de queima vem da frustração dos desejos instintivos. O desejo frustrado é um aspecto que abre possibilidade para que ocorra um processo de desenvolvimento.
Na vida, existe o princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma pessoa que cede em tudo imediatamente, a quem nunca nada foi negado, suporta mal a frustração. Quem nunca vê negado um desejo, certamente se perde numa fonte inesgotável de solicitações. No entanto, quando a pessoa não tem tudo que quer, abrem-se novas perspectivas, pois passa a valorizar o seu desejo à medida que espera, podendo melhor saborear o que for obtido.
Filho de Ares e Perimele, Ixion era o Rei dos Lápitas na Tessália. Apaixonado pela filha de Dioneu, Ixion prometeu dar seus cavalos em troca da mão de sua filha. Porém, após o casamento, Íxion se negou a cumprir sua promessa. Seu sogro reagiu e tomou à força os cavalos que lhe haviam sido prometidos, mesmo assim Ixion jurou vingar-se prometendo que iria submeter seu sogro ao sofrimento e à morte.
Fingindo querer reconciliar-se, Ixion convidou seu sogro para vir à sua casa. Quando Dioneu chegou, Ixion convidou-o a entrar numa sala que na verdade era uma fornalha camuflada. Em um instante, Ixion trancou a porta e acendeu o fogo. Enquanto Dioneu era incinerado, seus gritos de desespero levaram Íxion ao arrependimento, mas era tarde demais. Ao abrir a porta da câmara, Íxion se deparou com o corpo carbonizado de seu sogro.
Diante da Hybris, o comportamento desmedido do Rei dos Lápidas, ninguém ousou purificá-lo e o remorso levou Ixion à loucura. Perambulando pelo mundo como mendigo, um oráculo previu que a única maneira de recobrar a sanidade seria submetendo-se a uma purificação para a expiação do seu crime, porém ninguém conhecia o ritual próprio para aquele caso, pois nunca antes alguém havia assassinado um membro de sua própria família.
Ao ver o sofrimento de Íxion, Zeus apiedou-se dele, restituiu-lhe a sanidade e o convidou a partilhar do banquete dos Deuses. Após o banquete, embriagado pelo néctar, Íxion passou a assediar a esposa de Zeus, seu anfitrião. Percebendo as intenções de seu convidado, Zeus decidiu preparar uma armadilha e criou uma cópia de sua esposa a partir de uma nuvem, dando-lhe o nome de Néfele. Ao deixar a réplica sozinha, Ixion seduziu a nuvem.
Após ter seduzido Néfele acreditando ser a esposa de Zeus, Íxion despediu-se dos Deuses e voltou para a Terra. Da união de Ixion com Néfele, nasceu a raça dos Centauros: metade-homem, metade-cavalo. Todos os Centauros eram descendentes de Íxion, exceto Quíron e Folo. Logo depois, Ixion divulgou para os mortais que havia seduzido a esposa de Zeus. Para castigar tal afronta, Zeus lançou Ixion no Tártaro condenando-o a permanecer preso a uma roda em chamas por toda eternidade.
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O mito de Ixion retrata os desejos incontrolados, o orgulho desmedido e a reincidência dos erros. Ixion representa a pessoa que não conhece a si mesma, não percebe o poder de sua força e nem sua sombra. Não valoriza o que conquista, não ama os que a rodeiam, não é capaz de avaliar o que pode ganhar ou perder devido à sua postura e não aprende com os próprios erros.
Presa em seu orgulho, confiante de sua onipotência e narcisismo, a pessoa não consegue desenvolver as qualidades de respeito, gratidão e amor que precisam do amadurecimento consciente. Para essa pessoa, nunca é suficiente o que possui e vivencia a inveja destruidora que ocupa o lugar da gratidão. É uma pessoa que não ama, apenas deseja e disputa o amor de outras pessoas como prêmios.
A pessoa não consegue integrar à sua personalidade as qualidades da sensibilidade, intuição, receptividade e a disponibilidade que dão acesso a alma. Presa apenas à sua matéria, a pessoa busca o que possa lhe trazer glória e prazer, negocia com sentimentos, ignora amizade, respeito e afeto. Assim como Ixion, que negocia seu casamento e depois tenta seduzir a esposa de Zeus, a pessoa se perde em desejos sem finalidade, tornando-se incapaz de transformá-los.
Só lhe resta queimar em seus desejos por longos anos, que parece eterno a quem sofre, mas é o único modo de secar as emoções negativas que geraram um comportamento tão perigoso para si mesmo. Esse processo de queima vem da frustração dos desejos instintivos. O desejo frustrado é um aspecto que abre possibilidade para que ocorra um processo de desenvolvimento.
Na vida, existe o princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma pessoa que cede em tudo imediatamente, a quem nunca nada foi negado, suporta mal a frustração. Quem nunca vê negado um desejo, certamente se perde numa fonte inesgotável de solicitações. No entanto, quando a pessoa não tem tudo que quer, abrem-se novas perspectivas, pois passa a valorizar o seu desejo à medida que espera, podendo melhor saborear o que for obtido.
Bacana a reflexão sobre o mito, que, nos dias de hoje, parece muito atual. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom ! Gostei
ResponderExcluirGostei, a mitologia nos ensina muito
ResponderExcluirMuito bom. Obrigada. Usei os texto sobre mitologia...para melhor compreensão do estudo do livro CÉU E INFERNO....Alan Kardec...
ResponderExcluirOs Deuses das mitologias em anos vemos o único chamado Deus que faz adoecer mentes, que causa Pestes quê mata num infinito desejo religioso de perpetuar humanidade
ResponderExcluirTexto muito bem elaborado. Amei o comentário, também. Que possamos encontrar a felicidade em nós mesmos, para não buscar cegamente a realização de nossos desejos. Tal qual Íxion.
ResponderExcluirMuito esclarecedor. Estava lendo “O mundo como vontade e representação” (Schopenhauer) que citou “a roda de ixion”.
ResponderExcluirObrigada!
Eu também! Lendo Schopenhauer "As dores do mundo", no capítulo que fala das "Artes" ele citou Ixion e Tântalo. Muito bom!!
ExcluirTexto maravilhoso e esclarecedor sobre o mito de Íxion. Ajudou bastante entender um dos capítulos de o céu e o inferno de Allan Kardec.
ResponderExcluirMuito obrigado pela elucidação...Me deparei com a referência desse mito no livro "As dores do Mundo de Schopenhauer, e não fazia ideia dessa história.Salve!
ResponderExcluirVim através de Sandman - a canção de orfeu
ResponderExcluirEu também!
ExcluirGrata pela explicação. Eu w minha filha de 14 anos lemos juntas e foi uma aportunidade de ensinar e aprender
ResponderExcluirExcelente. Estou lendo com meus alunos Orfeu e Eurídice e o texto cita três mitos, um deles era esse e eu não saberia explicá-lo sem sua ajuda. Obrigado.
ResponderExcluirQue maravilhosoooo.. obrigado!!!
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