Licaón ou Licaonte era um rei da Arcádia muito querido por seu povo, porque ele havia abandonado a vida selvagem que tivera no passado e se tornado culto e muito religioso. Fundou a cidade de Licosura, uma das mais antigas da Grécia e nela criou um altar a Zeus. Mas sua apaixonada religiosidade o levou a realizar sacrifícios humanos, o que degenerou sua posição. Chegou ao ponto de sacrificar todos os estrangeiros que chegavam a sua casa, violando a sagrada lei da hospitalidade.
Desaprovando essas aberrações, Zeus, o deus dos deuses, fêz-se passar por um peregrino e hospedou-se em seu palácio. Licaón preparou-se para sacrificá-lo, assim como havia feito com outros em nome de sua religiosidade. Porém alertado por alguns sinais divinos quis assegurar-se de que o hóspede não era um deus como afirmavam seus temerosos súditos. Para isso mandou cozinhar a carne de um escravo e servir a Zeus. Enfurecido, Zeus transformou Licaón em um lobo, incendiando o seu palácio que tinha sido testemunha de tanta crueldade.
Licaón era pai de inúmeros filhos, quase uns 50, tidos com muitas mulheres. Os filhos de Licaón eram tão cruéis quanto o pai e se tornaram famosos por sua insolência e seus crimes. Tão logo ficou sabendo das barbaridades dos filhos de Licaón, Zeus se disfarçou de um velho mendigo e foi ao palácio dos Licaónidas para comprovar os rumores. Os jovens príncipes tiveram a ousadia de assassinar o próprio irmão Níctimo e servir suas entranhas ao hóspede, misturadas com entranhas de animais.
Zeus descobriu a crueldade e enfurecido converteu todos em lobos, exilando-os, poupando apenas Calisto, a bela ninfa filha de Licaón por quem Zeus se apaixonou, tendo com ela o filho Arkas. Porém a ciumenta esposa de Zeus transformou Calisto na Constelação da Ursa Maior e seu filho na Ursa menor. Zeus devolveu a vida a Níctimo que sucedeu seu pai no reino da Arcadia. No reinado de Nictimo aconteceu o dilúvio, pois Zeus já estava muito entristecido e desapontado com os seres humanos.
O mito de Licaón está relacionado ao fanatismo, um estado psicológico de fervor irracional por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política. O excessivo apego e cultivo por determinados gostos e práticas são marcados pelo radicalismo e por absoluta intolerância com todos os que não compartilham de suas predileções. A apaixonada adesão a uma causa, a uma ideologia ou qualquer outra coisa pode avizinhar-se do delírio.
O fanático tem uma visão-de-mundo maniqueísta, cultivando a dicotomia do bem e do mal, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam seu modo de pensar, levando-o a adotar condutas irracionais e agressivas que podem chegar a extremos perigosos, usando o recurso da violência para impor seu ponto de vista. A estreiteza mental inviabiliza outros modos de pensamento e a extrema credulidade dos fanáticos quanto ao próprio sistema leva à incredulidade a outros sistemas, criando preconceitos e um sistema subjetivo de valores, enquanto exacerba seu intenso individualismo.
Tradicionalmente visto nos movimentos religiosos e políticos, o fanatismo também tem se mostrado na atualidade nos cenários das torcidas de futebol. Assim como Licaón, qualquer adesão de forma apaixonada pode levar ao extremismo, degenerando os princípios necessários para se viver em harmonia com a sociedade.
Desaprovando essas aberrações, Zeus, o deus dos deuses, fêz-se passar por um peregrino e hospedou-se em seu palácio. Licaón preparou-se para sacrificá-lo, assim como havia feito com outros em nome de sua religiosidade. Porém alertado por alguns sinais divinos quis assegurar-se de que o hóspede não era um deus como afirmavam seus temerosos súditos. Para isso mandou cozinhar a carne de um escravo e servir a Zeus. Enfurecido, Zeus transformou Licaón em um lobo, incendiando o seu palácio que tinha sido testemunha de tanta crueldade.
Licaón era pai de inúmeros filhos, quase uns 50, tidos com muitas mulheres. Os filhos de Licaón eram tão cruéis quanto o pai e se tornaram famosos por sua insolência e seus crimes. Tão logo ficou sabendo das barbaridades dos filhos de Licaón, Zeus se disfarçou de um velho mendigo e foi ao palácio dos Licaónidas para comprovar os rumores. Os jovens príncipes tiveram a ousadia de assassinar o próprio irmão Níctimo e servir suas entranhas ao hóspede, misturadas com entranhas de animais.
Zeus descobriu a crueldade e enfurecido converteu todos em lobos, exilando-os, poupando apenas Calisto, a bela ninfa filha de Licaón por quem Zeus se apaixonou, tendo com ela o filho Arkas. Porém a ciumenta esposa de Zeus transformou Calisto na Constelação da Ursa Maior e seu filho na Ursa menor. Zeus devolveu a vida a Níctimo que sucedeu seu pai no reino da Arcadia. No reinado de Nictimo aconteceu o dilúvio, pois Zeus já estava muito entristecido e desapontado com os seres humanos.
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O mito de Licaón está relacionado ao fanatismo, um estado psicológico de fervor irracional por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política. O excessivo apego e cultivo por determinados gostos e práticas são marcados pelo radicalismo e por absoluta intolerância com todos os que não compartilham de suas predileções. A apaixonada adesão a uma causa, a uma ideologia ou qualquer outra coisa pode avizinhar-se do delírio.
O fanático tem uma visão-de-mundo maniqueísta, cultivando a dicotomia do bem e do mal, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam seu modo de pensar, levando-o a adotar condutas irracionais e agressivas que podem chegar a extremos perigosos, usando o recurso da violência para impor seu ponto de vista. A estreiteza mental inviabiliza outros modos de pensamento e a extrema credulidade dos fanáticos quanto ao próprio sistema leva à incredulidade a outros sistemas, criando preconceitos e um sistema subjetivo de valores, enquanto exacerba seu intenso individualismo.
Tradicionalmente visto nos movimentos religiosos e políticos, o fanatismo também tem se mostrado na atualidade nos cenários das torcidas de futebol. Assim como Licaón, qualquer adesão de forma apaixonada pode levar ao extremismo, degenerando os princípios necessários para se viver em harmonia com a sociedade.