Quando Hades raptou Perséfone, a filha de Deméter e Zeus, ela perambulou triste pelo mundo à sua procura. Sendo Deméter a deusa da terra fértil, soberana da natureza e responsável pelo amadurecimento anual do grão, ao final do verão todos lhe agradeciam pela fartura. Mas devido à partida de sua filha, a terra se tornou árida e estéril. Somente quando reencontrou a filha, foi que a terra voltou novamente a florescer.
Deixando a terra depois de vê-la fértil, Deméter voltou a morar no Olimpo, deixando a sua herança na terra. Durante as bodas de Kadmus e Harmonia, Deméter conheceu Iásion, um jovem estrangeiro parente da noiva, que viera do Ocidente com seu irmão Dárdanos, incentivados por uma promessa de fartura em terras do Oriente. A deusa entregou-se ao mortal provocando a ira de Zeus, que lançou-lhe um raio, levando-o à morte.
Da união de Deméter e Iásion, nasceram os gêmeos Ploutus - o deus das riquezas; Philomenus - o deus da agricultura e Korybas. Assim como a mãe, Ploutus tinha a qualidade da generosidade. Andava pelo mundo levando a cornúpia da abundância que fazia jorrar infinitas riquezas somente para as pessoas justas, sábias e honestas. Mas Zeus considerava que Ploutus não devia fazer distinção, e assim tornou-o cego, para que favorecesse indiferentemente os bons e os maus.
O tempo passou, e o cego e maltrapilho deus da riqueza continuou privado de escolher a quem distribuir a dádiva da fartura e bonança. Destituido da visão, entendera que o castigo de Zeus representava a inveja dos bons. Certa vez encontrou Crêmilo e seu fiel escravo Carião. Crêmilo era um modesto agricultor e, preocupado com o futuro do filho, viera consultar o oráculo de Apolo, para saber o que era melhor para o rapaz obter êxito na vida: permanecer bom e justo ou ser moldado o seu caráter para ser injusto e canalha.
O oráculo ordenou que Crêmilo abordasse o primeiro trausente à saída do tempo e o persuadisse a ir à sua casa. Foi quando aconteceu o encontro com Ploutus. Quando Crêmilo abordou Ploutus lhe perguntou se voltasse a enxergar fugiria dos maus e procuraria os justos. Ploutus lhe disse que sim, pois já não os via por muito tempo. Então Crêmilo lhe revela que nem mesmo ele, enxergando muito bem, também não teria avistado nenhum, e perguntam a Ploutus se ele sabe porque. Ploutus responde: "Quando verdadeiramente me encontram, tornam-se ricos, e simplesmente ninguém os excede em patifaria".
Crêmilo desejava levar Ploutus ao Templo de Asclépio, deus da medicina, para curá-lo, mas Ploutus tinha medo de voltar a enxergar. Entretanto, Crêmilo pretendia que ele refizesse seus conceitos e lhe diz que ele tem mais poder do que Zeus, o rei dos deuses, porque Zeus só era rei por causa de sua grande riqueza, que a cada dia lhe era dada por Ploutus.
O escravo reiterou que somente não era livre por estar submetido ao poder da riqueza. E em sua persuasão, Crêmilo e Carião exemplificou como o amor ao dinheiro leva homens e mulheres a se cobrir de palavras bonitas; como a riqueza faz as artes e manhas, desde os sapateiros, ourives, tintureiros até os arrombadores e gatunos. E assim, estusiasmados, perfilam como os dinheiro é a mola propulsora do mundo, que move governantes e comerciantes; que dá de comer aos mercenários e trapaceiros, ordenando as alianças.
Todos os negócios se resolvem e até na guerra, não vencem os justos e os que tem razão, mas aqueles em quem Ploutus pousa. Porque da riqueza ninguém nunca se farta, nunca se sente repleto. De tudo se sacia, do pão, do alimento, da música, da glória, da coragem, dos figos, da ambição e da sopa de lentilhas. Mas da riqueza ninguém se sacia. Quanto mais tem, mais quer. E quando a alcança, quer ainda mais, pois sem ela a vida não merece ser vivida.
Ploutus convencido do seu poder, confessa a Crêmilo que se aborrece profundamente cada vez que entra numa casa: “Se entro, por acaso, em casa de um homem econômico, imediatamente me esconde. E se algum amigo honesto vem pedindo-lhe um empréstimo, nega jamais ter-me visto. Mas se, por acaso, entro na casa de esbanjador, me põe porta afora, num instante!...
Deixando a terra depois de vê-la fértil, Deméter voltou a morar no Olimpo, deixando a sua herança na terra. Durante as bodas de Kadmus e Harmonia, Deméter conheceu Iásion, um jovem estrangeiro parente da noiva, que viera do Ocidente com seu irmão Dárdanos, incentivados por uma promessa de fartura em terras do Oriente. A deusa entregou-se ao mortal provocando a ira de Zeus, que lançou-lhe um raio, levando-o à morte.
Da união de Deméter e Iásion, nasceram os gêmeos Ploutus - o deus das riquezas; Philomenus - o deus da agricultura e Korybas. Assim como a mãe, Ploutus tinha a qualidade da generosidade. Andava pelo mundo levando a cornúpia da abundância que fazia jorrar infinitas riquezas somente para as pessoas justas, sábias e honestas. Mas Zeus considerava que Ploutus não devia fazer distinção, e assim tornou-o cego, para que favorecesse indiferentemente os bons e os maus.
O tempo passou, e o cego e maltrapilho deus da riqueza continuou privado de escolher a quem distribuir a dádiva da fartura e bonança. Destituido da visão, entendera que o castigo de Zeus representava a inveja dos bons. Certa vez encontrou Crêmilo e seu fiel escravo Carião. Crêmilo era um modesto agricultor e, preocupado com o futuro do filho, viera consultar o oráculo de Apolo, para saber o que era melhor para o rapaz obter êxito na vida: permanecer bom e justo ou ser moldado o seu caráter para ser injusto e canalha.
O oráculo ordenou que Crêmilo abordasse o primeiro trausente à saída do tempo e o persuadisse a ir à sua casa. Foi quando aconteceu o encontro com Ploutus. Quando Crêmilo abordou Ploutus lhe perguntou se voltasse a enxergar fugiria dos maus e procuraria os justos. Ploutus lhe disse que sim, pois já não os via por muito tempo. Então Crêmilo lhe revela que nem mesmo ele, enxergando muito bem, também não teria avistado nenhum, e perguntam a Ploutus se ele sabe porque. Ploutus responde: "Quando verdadeiramente me encontram, tornam-se ricos, e simplesmente ninguém os excede em patifaria".
Crêmilo desejava levar Ploutus ao Templo de Asclépio, deus da medicina, para curá-lo, mas Ploutus tinha medo de voltar a enxergar. Entretanto, Crêmilo pretendia que ele refizesse seus conceitos e lhe diz que ele tem mais poder do que Zeus, o rei dos deuses, porque Zeus só era rei por causa de sua grande riqueza, que a cada dia lhe era dada por Ploutus.
O escravo reiterou que somente não era livre por estar submetido ao poder da riqueza. E em sua persuasão, Crêmilo e Carião exemplificou como o amor ao dinheiro leva homens e mulheres a se cobrir de palavras bonitas; como a riqueza faz as artes e manhas, desde os sapateiros, ourives, tintureiros até os arrombadores e gatunos. E assim, estusiasmados, perfilam como os dinheiro é a mola propulsora do mundo, que move governantes e comerciantes; que dá de comer aos mercenários e trapaceiros, ordenando as alianças.
Todos os negócios se resolvem e até na guerra, não vencem os justos e os que tem razão, mas aqueles em quem Ploutus pousa. Porque da riqueza ninguém nunca se farta, nunca se sente repleto. De tudo se sacia, do pão, do alimento, da música, da glória, da coragem, dos figos, da ambição e da sopa de lentilhas. Mas da riqueza ninguém se sacia. Quanto mais tem, mais quer. E quando a alcança, quer ainda mais, pois sem ela a vida não merece ser vivida.
Ploutus convencido do seu poder, confessa a Crêmilo que se aborrece profundamente cada vez que entra numa casa: “Se entro, por acaso, em casa de um homem econômico, imediatamente me esconde. E se algum amigo honesto vem pedindo-lhe um empréstimo, nega jamais ter-me visto. Mas se, por acaso, entro na casa de esbanjador, me põe porta afora, num instante!...
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É ilusão achar que a riqueza torne os homens melhores;
a virtude não está relacionada à riqueza ou pobreza.
Porque a riqueza não agracia, necessariamente,
bondade, honestidade ou justiça.
Manipulada por quem a venera,
sucumbe à ardilosidade dos astutos...
a virtude não está relacionada à riqueza ou pobreza.
Porque a riqueza não agracia, necessariamente,
bondade, honestidade ou justiça.
Manipulada por quem a venera,
sucumbe à ardilosidade dos astutos...
Muito boa análise.
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